Mi nuevo libro, escrito en colaboración con Casimiro de Brito. Un canto de amor entre Galicia y Portugal a través del tiempo.
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Corpos
falándose en linguas espello,
fillos de
sefes, Lanhelas e Mogor,
en espirais
de desexo
serpes somos,
de antiga sabedoría,
de mil
labirintos de pedra.
Serpéame,
amor, no coñecemento
de ti e de
min,
de todo o
pasado noso,
do que foi
antes de sermos
sabendo que o
destino era reencontro.
Cobra de luz
nas túas mans,
que moldean
os meus peitos nos teus labios;
bebe de min,
coma eu te bebo,
sabes que
somos xa un só río.
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E sempre o regresso ao mar,
origem da nossa carne, da lúdica luz
dos nossos corpos cheios de desejo.
Corpos de terra serpentina: abelhas
que voam (despindo-se) de uma pele
para outra — e pele é tudo
por fora e por dentro.
Assim tu saltas e eu salto
e olhas e beijas e lambes e buscas o mel
que te falta; e o amor, que foi um país estrangeiro,
dança de novo onde fomos vazios.
Ó tanta doçura, ó a bela sede que bebemos um
no outro — serpentes com a caudana boca amada —
e já voamos, e regressamos ao mar.
E sempre o regresso ao mar,
origem da nossa carne, da lúdica luz
dos nossos corpos cheios de desejo.
Corpos de terra serpentina: abelhas
que voam (despindo-se) de uma pele
para outra — e pele é tudo
por fora e por dentro.
Assim tu saltas e eu salto
e olhas e beijas e lambes e buscas o mel
que te falta; e o amor, que foi um país estrangeiro,
dança de novo onde fomos vazios.
Ó tanta doçura, ó a bela sede que bebemos um
no outro — serpentes com a caudana boca amada —
e já voamos, e regressamos ao mar.
[De: Dous corpos nus, despíndose / Dous corpos nus, espíndose, Poética Ediçoes, Óbidos 2016]